Você se lembra do tempo em que só existiam telefones com linha fixa? Aparelhos grandes só com áudio e sem imagens, sem vídeos, sem internet e sem redes sociais. E eles não iam a todos os lugares conosco, nos deixavam livres. E agora estamos presos aos nossos aparelhos celulares – até mesmo, viciados. Eles se tornaram ferramentas para evitar nossos filhos que estão ficando muito prejudicados no final das contas.

Quando olhamos ao redor vemos pais com seus bebês e crianças, mas os pequenos estão sós. Os adultos estão no celular. O pai empurra seu filho no balanço com uma mão enquanto a outra está em seu celular. A mãe empurra seu bebê em um carrinho enquanto está tagarelando no telefone, sem prestar atenção alguma ao seu filho, e muito menos no trajeto.

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E as crianças não estão felizes com isso. Estão puxando as roupas dos pais. Eles estão puxando os braços. Eles estão agindo para chamar a atenção. Podemos ouvi-los implorando aos pais para parar, desconectar. O filho de um amigo meu anunciou recentemente, aos 10 anos, que ele odeia telefones celulares. Na verdade, ele vai te dizer que odeia a tecnologia. Ele entende que seu pai nunca pode ficar longe de seu trabalho – e o escritório não vai ficar longe de seu pai. Ele vê o telefone, e ele pensa, eu perdi a atenção do meu pai. E é isso que as crianças anseiam: atenção.

Os pais têm que quebrar o hábito do telefone antes que seja tarde. Eu não estou falando de ficar sem telefonemas em torno de uma criança, mas sobre dar mais atenção a todas as oportunidades perdidas para se comunicar com ela. A jovem mãe do Alabama, Rachel Stafford lançou um blog com uma campanha apropriadamente intitulada “Hands Free Mama” – Mães com mãos livres, encorajando os pais a guardar os brinquedos tecnológicos e estar presente com seus filhos.

O pai é o gênio que dá nomes às coisas e incentiva a atenção de uma criança aos detalhes da vida. Sempre sobrará tempo suficiente para um telefonema, uma mensagem, um vídeo ou 10 deles. As crianças estão sempre caminhando lentamente, lentamente comendo, lentamente olhando, lendo lentamente, lentamente indo a lugar nenhum, até que de repente elas se foram. E você não viu pois estava falando, curtindo, comentando, zapeando!

E dar às crianças seus próprios aparelhos celulares resolve? Isso está acontecendo com muita frequência. As famílias estão juntas, mas cada pessoa está em sua própria bolha de tecnologia. Alguns de nós se preocupam com a radiação e o cérebro em desenvolvimento. Mas devemos estar preocupados com a solidão tenológica e com o quê isso está causando no desenvolvimento da mentalidade infantil.

Um dia, mais cedo do que você imagina, você estará com seu filho querendo conversar, mas ele estará muito ocupado falando com alguém distante, pois você não estava lá quando ele precisava!

(Texto adaptado de “Why Cell Phones Are Bad for Parenting”, por  – Revista Time – 17/05/2012)

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